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segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Uma criança, vestidos de papel e um perfil famoso no Instagram

segunda-feira, 17 de novembro de 2014


Mayhem tem quatro anos e é uma webcelebrity. Ela posa para a a mãe, Angie, que coloca no perfil 2sisters_angie, com quase meio milhão de seguidores. A diferença entre ela e outras webcelebridades é que praticamente tudo que a menina usa nas fotos são roupas feitas de papel (e muito bem feitas, alias) e toda a sua fofura. Essa história me chamou a atenção na época da foto com o vestido vermelho inspirado em Lupita Nyong'o, mas confesso que achei que era coisa da mãe e não acompanhei o perfil, porque eu tenho um problema sério com pessoas que usam a imagem dos filhos para se promover na internet.

Então lendo sobre a New York Fashion Week, vejo Mayhem curtindo a vida na semana de moda em um vestido de papel cinza chumbo. Fui procurar a história de Angie, da filha e de seu estilo papelaria e achei uma entrevista sobre o hobbie da dupla. Mayhem gosta de moda, gosta de roupas e expressava isso com as roupas da mãe, até que um dia, cansada de achar as peças na caixa de brinquedos da menina, Angie sugeriu criar um guarda-roupa inteiro com papel crepom, de seda e vários outros tipos. A criação da peça, pasmem, é da menina, que corta, desenha ou só mostra a mãe que quer vestir - como no caso de looks famosos como o de Lupita.




De acordo com Angie, nenhuma peça tem mais do que 50% de participação sua, e na maioria apenas como mão de obra, para cortar e colar o que Mayhem é pequena demais para fazer - o que não impede de a menina coisas sozinha e esperar a mãe para tirar registrar, coisa que fez nessa foto:



A menina parece curtir a brincadeira e é super fotogênica. Além do perfil, é possível ver o "making off" das criações, com mãe e filha no site  Fashion By Mayhem. Por lá, dá para curtir os bastidores da menina cortando, pintando, desenhando com a ajuda da mãe. Vale a conferida só pela criatividade esmagadora da dupla.




terça-feira, 11 de novembro de 2014

Existe corpo perfeito?

terça-feira, 11 de novembro de 2014


Corpo magro é corpo perfeito? Nas últimas semanas,a campanha publicitária da Victoria's Secret foi criticada pelo seu tema. Intitulada "The Perfect Body", o material tentava brincar com o nome da peça "Body" (corpo) e suas características como "caimento perfeito", "conforto perfeito", "Maciez perfeita", o problema é que a informação maior, o tal corpo perfeito, ilustra dez modelos altas, magras, de cinturas finas e quadril pequeno. 

Na busca de ser "engraçadinha e bem bolada" - e dirão alguns, apenas para exaltar a beleza "Angel" da marca e ponto final - a Victoria's Secret pisou em um tema triste para as mulheres: a necessidade de colocar um padrão de beleza, muitas vezes inalcançável pela grande maioria, e que transforma muitas mulheres em loucas por dietas, exercícios e cirurgias plásticas para alcançar um patamar de modelo em vez de entender seu biotipo. Um ciclo vicioso que só gera infelicidade e diminui a autoestima.




A marca Dear Kate comprou a briga e resolveu mostrar o que corpos reais e perfeitos, chamando o marketing da Victoria's Secret de irresponsável pela mensagem implícita. Mais de 30 mil pessoas assinaram uma petição do Reino Unido para que a marca peça desculpas por sua mensagem, com um texto que eu gostaria de postar na integra, porque bem, é o resumo do que tudo isso significa: 

 “Todos os dias mulheres são bombardeadas por propagandas destinadas a fazê-las se sentirem inseguras com seus corpos e encorajadas a gastar dinheiro em produtos que irão supostamente torná-las mais felizes. Tudo isso só serve para diminuir nossa autoestima e nos colocar para baixo, nos fazendo acreditar que somos insuficientes e pouco atraentes. Atitudes como a da Victoria’s Secret contribuem para uma cultura negativa que promove um padrão restrito de beleza e incentiva graves problemas de saúde, como distúrbios alimentares, por exemplo”. 

Em redes sociais o movimento foi igualmente intenso com a hashtag #iamperfect, com direito a fotos dentro das lojas da marca. Com o barulho, a Victoria's Secret aceitou a culpa (sem vir a público pedir desculpas, diga-se) e mudou o slogan da campanha para "A Body For Every Body", mas as modelos continuam lá, lindas como são, porém com as mesmas medidas, o que ainda não representa o "todo" do novo slogan.


Nós vivemos em uma sociedade que liga muito mais para a imagem do que para conteúdo, e situações dessas são irresponsáveis. Eu fui uma criança obesa, perdi peso mas ainda vivo com a neurose de ter coxa "gordas demais" um quadril "de parideira" e todas as neuras que eu mesma acho ridículas mas que batem lá no fundo, quando estou em uma balança ou na frente do espelho, me incomodam. Se você jogar no google "perfect body" agora, é o padrão que vai estar lá,ou o guia de como você pode chegar até isso, um problema que ainda vai afetar gerações inteiras se não tentarmos mudar. Perpetuar a ideia de que ter um corpo diferente do padrão é ruim, e que é preciso entrar em uma corrida insana de exercícios e dietas para tentar chegar nesse padrão em vez de tentar se aceitar e se valorizar (me incluo no grupo que está aprendendo a passinhos de bebê) é, volto a repetir, irresponsabilidade. 

Nessa semana, li uma postagem da Ju Romano do "Entre Topetes e Vinis" que ela se perguntava: por que achamos a palavra "gorda" ruim quando usamos "magra" sem pensar duas vezes? Isso me bateu forte. "Gorda" não é ofensa, é um biotipo, nosso problema é que tudo que foge do padrão das modelos da Victoria's Secret dessa campanha incomoda muita gente porque não encaixa no que fomos encorajados a acreditar que é bonito. Não estou julgando quem começa uma reeducação alimentar (nada de dieta restritiva, senhores) ou que entra na academia. Se exercitar e se alimentar faz bem, o que não faz bem é visualizar um corpo que você nunca vai ter só porque o mundo inteiro está te dizendo que aquilo é "o corpo perfeito".  

Figurino, papel e macarrão para encarnar celebridades no Instagram



Eu realmente amo as babaquices da internet. Liam Martin Waverider é uma delas com sua conta do instragram. Com a ajuda de figurino, muitas caras e bocas e ingredientes esquisitos (sempre vibro quando macarrão vira peruca), o adolescente de 17 anos encarna com foco, força e fé várias celebridades. Tem (muito) mais no profile do moço, divirtam-se!




segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Pra entender (um pouco) sobre os 25 anos da queda do muro de Berlin: assista "Adeus Lênin"

segunda-feira, 10 de novembro de 2014


Nessa semana, Berlin comemorou a queda de 25 anos do muro que dividia a cidade ao meio. A barreira geográfica dividiu o território ideologicamente por quase três décadas e se tornou o simbolo da guerra fria - e protagonista de histórias interessantíssimas, como as fugas mirabolantes entre os lados. O blá blá blá histórico é para explicar porque ver "Adeus Lênin" é importante para entender um pouquinho esse momento.

Pra quem não conhece, o filme conta sobre Alex, filho de Christiane Kerner, uma mulher ativa no movimento socialista, que fica em coma durante oito meses e acorda depois da derrubada do muro. Com medo da saúde da mãe, o filho faz de tudo para que ela não descubra que a Alemanha foi unificada - de gravar um telejornal falso a trocar rótulos de produtos importados por os de produtos da RDA (Alemanha Oriental). Muita gente tem uma visão mais seca sobre o filme, sobre como a "mãe socialista" está morrendo enquanto o mundo capitalista se moderniza a sua volta. Eu gosto mais da versão sentimental, sobre um amor de um filho, que mesmo a favor da unificação, tenta ver o mundo pelos olhos da mãe militante e fazer ela feliz. 

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

"Orgulho e Preconceito e Zumbis" e minha implicância com o remix literário

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Além de lidar com o orgulho de Elizabeth Bennet e o preconceito de Fitzwilliam Darcy, a história de Jane Austen também precisa se entender com zumbis na nova versão do clássico que chegará as telonas em 2015. Seth Grahame-Smith manteve 85% do texto da inglesa e enfeitou os outros 15% com sangue, mortos-vivos e luta contra uma peste que assolou o pequeno vilarejo de Meryton. O autor conseguiu notoriedade o suficiente para assinar o livro, vender os direitos e criar um novo filão literário que agora inclui outras versões como "Razão e Sensibilidade e Monstros Marinhos" e Androide Karenina".

A grande pergunta é: isso é justo? Seth Grahame-Smith não inventou o remix literário - que aparece há décadas por ai e inclui figuras brasileiras como Mario de Andrade - mas chamou atenção para o gênero. Quando participei do Rumos Itaú Cultural, Luiza Miguez escreveu sobre o tema em "Os DJs da Literatura" em que explica o movimento mixlit e entrevistou autores que defendem o gênero como uma forma de desconstrução do escritor na visão com o mundo contemporâneo. Minha implicância com esse estilo de "Orgulho e Preconceito e Zumbis" é que o livro é claramente feito para lucrar e fazer graça e não sobre uma nova estética, como mostra a matéria de Luiza.


(Book trailer da continuação, "Pride and Prejudice and Zombies: Dawn of the Dreadfuls", pra sentir bem o clima de como "Orgulho e Preconceito será adaptado nos cinemas)

A Quirk Books, editora que distribui os livros "remixados", escolheu várias obras clássicas que entraram em domínio público, misturou com temas engraçados como ninjas, robôs e zumbis e lucrou em cima das releituras. Ao entrar em domínio público, a obra pode ser copiada sem a autorização do autor, editor ou qualquer representante, o que a grosso modo diz que dando o crédito, você pode escolher os textos que quiser e ser feliz com um remix literário. Transformações como a de "Orgulho e Preconceito e Zumbis" me faz sentir que não estão valorizando os personagens criados pelo autor, como se não tivesse respeitando a própria essência do autor.

Por outro lado, a adaptação chamou atenção de quem tinha preconceito de ler um clássico como mostra a orelha engraçadinha do livro ao se autodeclarar “uma obra-prima da literatura em algo que você terá vontade de ler”. Em entrevista ao "Prosa e Verso" do O Globo o editor da versão com mortos-vivos Jason Rekulak conta que toda uma geração se interessou pelo clássico e deu o exemplo de uma professora que atraiu seus alunos de 15 anos para "85% de Jane Austen" com "Orgulho e Preconceito e Zumbis".



O livro já virou jogo de celular, HQ e agora chega ao cinema. Com essa entrada com o pé na porta no mundo pop, os novos leitores devem continuar a aparecerem, o que é maravilhoso, mas será que vale a pena? Será que transformar a família Bennet em ninjas caçadoras de zumbis é a chave para conseguir novos leitores e fazer com que alguns percam o preconceitos com obras clássicas? Eu não sei a resposta mas vou continuar com minha implicância sobre essas versões, elas não são adaptações inteiramente reescritas, com nova cara e novo apelo, são o texto antigo entregue com uma nova roupagem engraçadinha e com menos charme.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Elenco de "Meninas Malvadas" se reúne para os dez anos do filme

quarta-feira, 5 de novembro de 2014


Ai esse tempo que passa rápido. Há dez anos e uns quebrados ("Meninas Malvadas" chegou aos cinemas em abril de 2004), Glen Coco bengalas de açúcar, Cady descobriu que o ensino médio é pior que a selva africana e Regina George quebrou várias partes do corpo sem perder o glamour. Isso não é um post lamentação (que teria saído em abril se esse espacinho já existisse) sobre como não fazem filmes como antes, engraçado, engajador e discutindo bullies e bullyng de forma leve.


Esse post é só para mostrar que apesar de tudo (principalmente das coisas da Lindsay Lohan), todo o elenco se saiu muito bem depois do filme. A revista Entertainment Weekly juntou LiLo, Tina Fey (responsável pelo roteiro de filme que ainda não decidimos se é tão ruim que é bom ou simplesmente só é ótimo), Rachel McAdams, Lacey Chabert e Amanda Seyfried - que para tristeza de Gretchen, não estão usando rosa.


O site da revista publicou uma entrevista com as cinco atrizes em que falam das gravações, bastidores e o boom pós-lançamento do longa. Entre outras histórias, Tina Fey revela que existe um Gleen Coco, amigo do irmão, e que hoje se tornou famoso por seu alter ego da ficção, já LiLo conta que no início de outubro foi cercada por um grupo de crianças que perguntavam a ela que dia era. O motivo? It’s October 3rd!. De brinde, a edição da revista traz outros reencontros como - pausa para hiperventilar - dos caça-fantasmas!


Manic Pixie Dream Girl: gênero machista ou exagero?



Garoto conhece garota, se apaixona por ela e muda sua vida a partir desse encontro. Some a isso a personagem feminina ser irresistivelmente fofa, engraçada, diferente, praticamente uma Zoey Deschanel way of life. Dá para pensar em 300 filmes ou mais com esse mesmo enredo e um item em comum: a Manic Pixie Dream Girl. O crítico de cinema Nathan Rubin o usou para definir a personagem de Kirsten Dunst em Tudo acontece em Elizabethtown como "aquela criatura efervescente e superficial, existente apenas nas imaginações febris de sensíveis escritores e diretores, cujo único objetivo é ensinar jovens reprimidos e sorumbáticos a abraçar a vida e seus infinitos mistérios e aventuras". 

O termo pegou e se tornou referência para a personagem detalhada ai em cima, alguém que muda a vida do protagonista mas não tem vida própria. Ela é alegre, esfuziante e continua assim durante toda a história ou tem pequenas quedas que são importantes para o desenvolvimento do caráter masculino. Sabemos que ela tem certas características (Natalie Portman em "Hora de Voltar" tem um hamster e é mentirosa patológica, e só) mas não aprendemos quem ela é ao longo do filme, sua primeira impressão vai ficar porque é o que importa para uma MPDG. O problema que esse ideal masculino da perfeição feminina como guia da mudança de vida do protagonista foi se tornando um termo pejorativo ao longo do tempo - a ponto de Nathan ter vindo a público para pedir desculpas por ter cunhado o termo





Em "Ruby Sparks: A Namorada Perfeita", o Calvin de Paul Dano só reescreve o papel de Zoe quando ela começa a demonstrar uma personalidade que não deveria ter, deixando de ser rasa e unidimensional - coisa que não acontece em clássicos com MPDG - e é ai que a história começa a dar errado. Apesar do filme ser uma crítica a esse tipo de cinema e mostrar que as coisas não deveriam ser assim a as personagens femininas deveriam ter voz própria para narrar suas histórias (alô teste Bechdel!), a roteirista e protagonista Zoe Kazan se nega a fazer referência, dizendo que entenderam errado a personagem, "Eu acho que é mais de um termo que se aplica à utilização crítica do que em uso criativo. É uma maneira de descrever personagens femininas de forma redutora. É basicamente misógino". 

O exagero do termo

Dai ficou pejorativo e resolveram que alguns personagens deveriam ser MPDG mesmo não sendo. Annie Hall de Diane Keaton, nunca será um exemplar do gênero assim como Holly Golightly também não. Summer de "500 Dias com Ela" não é (Tom cria as expectativas, Summer nunca as cumpre), mas por sua intérprete acaba em todas as listas. Sobrou até mesmo para a Dorothy de "Mágico de Oz", que com sua alegria mudou a vida do Leão, Espantalho e homem de Lata. Aparentemente a onda MPDG acabou - talvez por uma certa presença maior de mulheres e a atenção que adaptação de livros e distopias tem recebido da industria cinematográfica - mas continua registradas em filme excelentes. Não é porque a Penny (Kate Hudson) de "Quase Famosos" é claramente uma Manic Pixie Dream Girl que a produção deixa de ser menos legal.



O problema com esse termo é que ele é a personificação do desejo masculino sobre um personagem feminino, que não mostra a realidade e só se preocupa com o que ele tem a acrescentar ao protagonista. É um exercício de egoismo dos roteiristas e diretores desse tipo de longa, em que a mulher pode ter seus problemas, mas não são eles que são importantes, não é sobre sua história e por isso, eles não fazem diferença. Ele traz a mensagem que as mulheres não são protagonistas da própria história, elas serão sempre a personagem secundária - e isso somente se responderem a expectativa do personagem masculino da vida real, quem quer que ele seja. Para os homens, o caminho é inverso, eles serão os perdedores se não encontrarem a "musa" de seus sonhos, aquela que vai guiar para a vida e transformá-lo em alguém que ele sempre quis ser. Sejamos apenas o protagonista da nossa vida que tá bom.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Taylor Swift, o Spotify, a indústria musical e uma playlist engraçadinha

terça-feira, 4 de novembro de 2014


Taylor Swift saiu do Spotify prestes a quebrar um recorde com seu novo álbum "1989". Desde ontem, a "nova princesinha do pop" não permite o streaming de suas canções no player, mas seria isso uma revolta com o modelo de mercado do Spotify e o modo como o artista recebe (muito) menos que a gravadora? Mais ou menos. A imprensa gostou do discurso e cita desde ontem o editorial que a cantora escreveu no Wall Street Journal" onde diz que "a pirataria, o compartilhamento de arquivos e a reprodução on-line reduziram drasticamente a venda de álbuns".

O que faz sentido em um mundo em que o maior player atual paga menos de um centavo de Dólar por execução ao intérprete e muito mais que isso para a gravadora. Mais o buraco pode ser ainda mais embaixo: Taylor deve quebrar um grande recorde amanhã, quando sai a lista da Billboard, e de maior venda na primeira semana de artista feminina - a dona do posto é Britney Spears que vendeu 1.3 milhões de unidades com "Oops...I Did It Again" (2000). Com o streaming, os números de venda podem ser afetados, e a moça não consiga nem o primeiro disco de platina dos EUA esse ano nem o recorde de Britney. Mas por que a gravadora apoiou a decisão (ou tomou a decisão, de acordo com a Bussiness Inside)? Taylor é o maior nome de sua gravadora a Big Machine Label Group, e o dono do grupo quer vender o selo. Isso significa que quando mais vende, mais valoriza o valor de venda da Label e mais feliz fica Taylor (para desespero da Universal, que distribui as canções de loira).



Essa ação é completamente contrária ao mercado fonográfico atual. De acordo com um dos levantamentos de música mais conhecidos dos Estados Unidos, o Nielsen/SoundScan, o stream aumentou 42% no primeiro semestre de 2014, contra a queda de 11% das vendas gerais (incluindo música digital) e 19% em vendas físicas. O Brasil também não está longe disso, e viu nos últimos dois anos os números não só saírem do vermelho como começar a lucrar com a música digital e do serviço de streaming. Isso significa que Taylor Swift lançou uma tendência? a resposta é não. Desde sempre os artistas tem problemas com a distribuição de suas canções, e cada um reagiu de um modo diferente. Beyoncé lançou um álbum sem nenhuma divulgação, Radiohead lançou tendência no"pague quanto quiser", U2 se deu de presente aos fãs pelo Itunes. 

O Spotify por outro lado, não está feliz já que Taylor Swift é uma das cantoras mais queridas do serviço - e passou as últimas semanas entre as mais ouvidas do player. O saída do serviço gerou comoção entre os fãs e o Spotify quer a moça de volta para seus 40 milhões de usuários, tanto que fez uma playlist engraçadinha intitulada "volta, Taylor!".




(Foquem nos títulos das músicas. "Hey Taylor, we wanted to play your amazing love songs and they're not here right now. We want you back with us and so do, do, do. Your fans", ou em português "Hey Taylor, nós queremos tocar suas maravilhosas canções de amor e elas não estão aqui no momento. Queremos você de volta com a gente, então faça, faça, faça. Seus fãs").

Atualizando o caso "Taylor x Britney":

A lista da Billboard saiu e Taylor não bateu Britney - mas vendeu muito bem, com seus 1.287 milhão de álbuns em apenas uma semana. Será que agora ela volta para o Spotify?



Orfão de "The Newsroom"? Vá de "The Hour"



"The Newsroom", a série que os jornalistas amam odiar, estreia sua última temporada nesse domingo. Com apenas seis episódios, é a chance da equipe do fictício canal por assinatura ACN se despedir dignamente e conseguir fechar a história de seus personagens (que se perdeu na segunda temporada e ganhou um tom muito mais pessoal do que a missão jornalistica tão debatida na primeira). No final dessa temporada, serão apenas 26 episódios sobre o grupo de jornalistas encabeçados por Will McAvoy, o que é pouco para os orfãos do gênero.

Com o mesmo tema mas em outra época, "The Hour" pode ser a solução para os carentes de séries jornalistas (e diz o boato, foi fonte de inspiração para Aaron Sorkin, criador de "The Newsroom"). Ambientada nos anos 1950, em meio a crise do canal de Suez e a revolução húngara, a série acompanha contratação do jornalista Freddie Lyon para o programa "The Hour", produzido por sua amiga Bel Rowley. Inconformado pela falta de liberdade de apuração e pela perda do cargo de âncora do programa para Hector Madden, Freddie tenta lidar com o dia a dia da redação e uma investição com ares conspiratórios.



Apesar da sinopse se centrar em apenas um personagem, são os personagens de Ramola Garai (Bel) e Dominic West (Hector) que roubam a atenção - enquanto a série se volta para o foco jornalistico, a investigação e a energia de colocar um telejornal no ar com estilo mais moderno no período mais clássico do jornalismo. Assim como a MacKenzie de "The Newsroom", Bel tem um olhar diferente e consegue controlar os egos da redação. Hector parece uma mistura de McAvoy com Don de "Mad Men", charmoso mas coerente em seu trabalho.

A boa notícia é que a série - que apesar de ser da BBC é pouco conhecida do grande público - está disponível no Netflix. A má é que assim como sua "irmã jornalística" norte-americana, o seriado não tem muito para acompanhar: são apenas 12 episódios e um final pra lá de ambíguo.


segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Figurinos cheios de fofura em "Diferenças & Semelhanças"

segunda-feira, 3 de novembro de 2014


Na semana passada eu assisti "Diferenças & Semelhanças" (The Pretty One), uma "dramédia" sobre duas irmãs gêmeas que têm vidas diferentes, Laurel e Audrey, mas são muito ligadas. Laurel nunca abandonou a casa do pai, cuida dele e ajuda nos trabalhos de pintura e veste as roupas da mãe que morreu. Audrey mora na cidade, onde tem emprego, amigos e uma vida agitada. 

As duas se juntam em seu aniversário e a irmã moderninha chama Laurel para mora com ela e a presenteia com uma mudança de visual - que termina com as duas com o mesmo corte de cabelo. Então um acidente acontece, Audrey morre e pelo visual, confundem as irmãs e durante o enterro, Laurel percebe que sempre foi considerada a "esquisita" e que era melhor ela ter morrido em vez da irmã que já tinha uma vida planejada. Decidida então a descobrir o que fazer, Laurel parte para viver a vida da irmã e descobrir quem é ela na verdade (complicado né, isso tudo acontece nem em 30 minutos do filme).


A história é ótima e é interessante ver o crescimento da personagem, sua busca para entender a morte da irmã, se conhecer (e de quebra se envolver com o vizinho Basel). Além do roteiro, uma coisa me chamou muita atenção: o estilo de Laurel. A responsável pelo vestuário do longa se chama Brooke Llewellyn. Zoe Kasan, que vive as gêmeas de "The Pretty One" contou o segredo em entrevista à revista Nylon, onde revelou que tudo é fruto de muito garimpo em brechó e compras da Asos.



As gêmeas tem um estilo definido e enquanto Audrey usa saltos e decotes, Laurel é fã de sobreposições. Mesmo quando ela está "vestida" como a irmã, uma combinação bege aparece embaixo de vestidos e no macaquinho amarelo (lindinho e fofo). Outra marca registrada é as meias aparecendo em sandálias e sapatinhos. O filme é fofo mas é superficial, além de ter uma fotografia é linda e trilha maravilhosa. Aqui no Brasil, ele foi lançado direto em DVD.



Sinopse: duas irmãs gêmeas, uma introvertida, e a outra bela e bem-sucedida, estão dentro do mesmo carro quando sofrem um acidente. Todos pensam que Lauren, a irmã mais feia, morreu, quando na verdade foi a irmã bela que faleceu. Esta é uma oportunidade para Lauren assumir a identidade da outra, levando uma vida mais interessante em um apartamento na cidade grande. 

Já ouviu falar sobre o Bechdel? Isso vai fazer você repensar a mulher e a industria de entretenimento



Já percebeu que a maioria das pessoas envolvidas com o entretenimento é do sexo masculino? Seja atuando, dirigindo ou trabalhando nos bastidores, os homens ainda são a maioria em filmes, séries e outros programas. Isso significa que as mulheres não demonstram interesse ou aptidão para competir nesse gênero? A resposta logicamente é não, é entrega um certo machismo com o que assistimos atualmente. 

Apesar do clube do bolinha ter aceitado a presença feminina, ainda é nítida a diferença entre gêneros na Industria, o Oscar levou 82 anos para escolher uma mulher como melhor diretora, Kathryn Bigelow por "Guerra ao Terror", Tina Fey, uma das maiores comediantes da atualidade, só foi pode atuar no Saturday Night Live (mesmo sendo roteirista do programa por anos) depois de perder 30 quilos. Mas o que isso tem a ver com o tal Bechdel? Ele é um teste que quantifica a presença feminina em produções e avalia se o enredo valoriza a mulher ou trata ela apenas como uma "peça" do roteiro.

Mas o que é exatamente o teste Bechdel? 

Em 1985, a cartunista Alison Bechdel usou a ideia principal do teste em seu quadrinho "Dykes to Watch Out For" (que abre esse texto). Era uma ideia despretensiosa, mas com uma avaliação tão interessante que a ideia pegou. No diálogo as personagens impõe três condições para ver um filme:

- Há mais de uma mulher com falas? 
- Essas mulheres conversam entre si? 
- O assunto da conversa é algo além de um homem?

Essas três perguntinhas já cortam vários filmes conhecidos.Praticamente qualquer comédia romântica, sucessos de bilheteria como "Avatar" e séries como "The Big Bang Theory" (que deveria ser sobre nerds, mas as três personagens regulares praticamente só falam sobre seus parceiros). através do testo é possível verificar que o terreno das produções não é igualitário entre homens e mulheres - e que elas ainda recebem menos, como mostra a lista dos artistas mais bem pagos da Forbes, onde os dez atores da lista receberam quase 200 milhões de dólares a mais que as dez atrizes com melhor salário. Lembrou da reivindicação das menininhas que falam palavrão?

A New York Film Academy foi mais fundo e em 2013 estudou a industria cinematográfica, revelando que, em média, as mulheres têm apenas 30% dos papéis com falas nos 500 filmes mais vistos entre 2007 e 2012. O estudo ainda apontou que apenas 6% dos longas produzidos nesse período tinha um elenco balanceado (entre 45 e 55% de mulheres com falas).



O teste é 100% confiável?

Apesar de ser um tapa na cara, o teste acaba restringindo a lista de filmes que passaram com louvor pelo Bechdel. "Gravidade", filme em que Sandra Bullock tenta voltar para a Terra enquanto lida com a perda da filha  é uma dessas reprovações por um detalhe bobo: a personagem não interage com nenhuma outra mulher porque ela passa quase o longa inteiro sozinha no espaço. "Mulan", uma das animações mais legais da Disney tem o mesmo problema: a chinesa é a protagonista, luta com seus temores e assume responsabilidades, mas como não discute nenhum desses problemas com outra mulher, não passa no Bechdel.

Talvez um teste Bechdel 2.0 resolvesse essa questão, levando em conta por exemplo que existem filmes em que mulheres são protagonistas mas não discutam seus problemas com outras mulheres, elas podem ter amigos homens e falar de outros fatos além de "temas do coração" (Princesa Leia sofre de concorrência desleal masculina em "Star Wars", mas não deixa de ter personalidade, pensamentos, participar de toda a batalha e mostrar seu ponto de vista, já que é ela que amarra grande parte da amada franquia nerd).

O ideal para avaliar uma produção igualitária é pensar se aquele personagem existiria sem a presença de homens no enredo. Um que mulheres tivessem existência própria e não precisassem estar de roupas curtas para ganhar todo esse segmento da direção do projeto. Precisamos de mais Katniss Everdeen, que mesmo sem Peeta e Gale continuaria sendo o tordo, do que Bellas Swan, que tinha como objetivo de vida arranjar um vampiro para chamar de seu.



Já imaginou o nome da sua série favorita em outros idiomas?



Apesar da dublagem de ótima qualidade, o Brasil tem fama de dar nomes exóticos a tradução dos títulos de seus filmes e séries. Raramente vemos alguma produção ganhar seu nome original sem um subtitulo ou com alguma adaptação engraçadinha. O ilustrador James Chapman mostra que não é só o Brasil que tem essa mania e passou a mostrar os nomes adaptados em quadrinhos bacanudos.

Além dessa série - que vocês podem ver na integra no Tumblr do ilustrador clicando aqui - Chapman ainda tem outros trabalhos igualmente legais. Outra série que ele posta regularmente trata sobre as onomatopeias ao redor do mundo, como o nosso "tic tac" do relógio, que em japonês vira "chiku taku" e em coreano, "ddok ddak".

(Luta pelos tronos faz mais sentido que guerra pela quantidade de mortes nessa série, né?) 


(Joguinho de palavras para no lugar de satã ou nos sapatos de satã, vocês escolhem)


(A ilha era paradísica a mesmo...)


(Nem todo mundo em New York é Don Draper, rapeize)


(Ok, mas cadê a fofura? o açucar? o tempero? E tudo que há de bom?)


(Tá, achei genial, inclusive acho que o Brasil também merecia essa adaptação)


(Pra deixar claro desde o início que o ramo da Buffy não é só vampiros, tem demônios também)


(House passou metade da série meio chapado de Vicodin e foi um medico genial, vale pelo consciente)


(Tentando entender esse porque raramente vimos piscinas nessa série)
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